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domingo, 6 de setembro de 2015

Ecdise Humana



Nos artrópodes o processo de ecdise possibilita-os a troca de um exoesqueleto velho por uma carcaça nova, isso ocorre durante todo o seu desenvolvimento até chegar a forma adulta onde esse processo de troca é estabilizado. Já parou pra pensar na importância desse processo? A troca do exoesqueleto nesses animais é de suma importância para adaptação dos mesmos em seus respectivos habitats, agora perceba que na fase adulta essa troca de exoesqueleto é rompida, os animais se estabilizam, pois o exoesqueleto amadureceu. E como utilizar esse processo natural como uma lição? Muito simples, podemos utilizar esse processo de troca quando nosso corpo/mente não estiver suportando uma situação, experimente mudar de opinião, permita-se mudar de habitat, mudar de cidade, mudar de estilo musical, enfim experimente Mudar! Sei que muitos de nós nos colocamos numa situação cômoda em que necessitamos sempre de um motivo para mudar, como datas comemorativas, o próximo aniversário, o ano seguinte o término de um semestre ou de um ciclo. Mas podemos experimentar a mudança com situações simples, como olhar-se no espelho e decidir se amar por completo, experimentar um novo corte de cabelo, provar um tempero diferente, ler um livro que todo mundo ama, e achar um saco, você pode até morrer de amores por uma dessas músicas chicletes que grudam nos nossos ouvidos. Uma das coisas mais legais da vida são as inúmeras possibilidades de viver. Existe todo tipo de gente, existe todo tipo de opinião. Entre tantas qualidades da vida, a possibilidade de mudar é sem dúvidas uma das mais fascinantes. A qualquer dia, hora ou circunstância. Ainda que o passado não possa ser apagado da história, o futuro continua sendo mais uma página em branco que se encontra ansiosa á espera de coisas novas. A vida, enquanto escrita, não acaba depois do ponto final, os capítulos continuam. 


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

SEJA FLEXÍVEL



Em uma das minhas leituras que me fazem evoluir mentalmente, eu li que quando somos flexíveis conseguimos contornar qualquer tipo de adversidade. Pensando nisso eu passei a dar prioridade para essa palavra “flexibilidade”, nas minhas observações eu conclui que a flexibilidade é essencial á vida. Observando a natureza podemos ver vários tipos de árvores que podem muito bem serem comparadas com pessoas, no que diz respeito à sua flexibilidade... Há aquelas árvores mais resistentes de caule robusto, fortes, grandes, enquanto há aquelas de caules finos que aparentemente não tem resistência nenhuma, que se mostra tão simples, tão singela. A diferença desses dois tipos de árvores não está na sua aparência, a diferença está na forma como elas reagem para contornar algum obstáculo, como, por exemplo, uma forte ventania. Aquela árvore resistente, de caule aparentemente forte não consegue contornar, enfrentar ou seguir as curvas do vento, ela acabará sendo derrubada. Mas aquela árvore que possui o caule fininho, simples que você ao vê-la pensa que ela nunca resistiria a uma forte ventania acaba contornando os obstáculos do vento, porque ela possui flexibilidade, ela consegue se dobrar com facilidade se tornando tão maleável que acaba bailando com o vento, dançando com o ar e de forma singela ela vai resistindo, até que a ventania passa e ela permanece ali, intacta e pronta para outra. O ser humano precisa usar a flexibilidade como um ritual. Seja flexivel, aprenda a contornar os obstáculos que são postos no seu caminho. Confie nos sinais, confie em um Deus que não dorme, que cuida de você em todos os momentos, ajude-o a ser o seu grande guardião. Utilize as armas que ele lhe deu para se defender nas batalhas, utilize seu cérebro, utilize sua mente, utilize seu espírito. Aprenda a ser flexível e sua vida andará em sintonia com a dança dos ventos

quarta-feira, 2 de março de 2011

A procura de respostas ...

A gente nunca é como quer! No fundo é gente um bocado de tudo que a gente já passou, de tudo que a gente já errou e aprendeu. Vai lá, dizer que não sabes quantos tapas que a vida já te deu!? De quanto a gente andou com calma, e quantos dias o tempo correu! Eu sei que... sou hoje as decisões que tive que tomar a muito tempo atrás: entre fazer ou não, entre ir ou ficar, entre ter medo ou arriscar, entre viver ou ficar a sonhar. Também sou os conselhos que ganhei, os dias em que sentei e chorei, os amores que me deixaram... e principalmente os amores que deixei. Meu coração tem muito dos dias de chuva em que me molhei, tem lugares que passei, tem os sonhos que nunca realizei. Por um instante gostaria de ser quem eu realmente gostaria, e acho que todo mundo gostaria de poder ser assim também, mas depois eu vejo que podem achar ser loucura, pois ninguém tem tanta gana de viver tanto! Que ser humano, em sã consciência, viveria tudo que imagina ? É triste, como a grande maioria das verdades. E a verdade que é bonita, parece ser esquisita nesse mundão a fora. Todo mundo anda olhando pro lado, mas vez em quando eu ouso ir olhando pro céu. Catando nuvens. Desenhando figuras. Procurando Deus.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Calem a boca, Nordestinos !

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”


Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!


***
Por José Barbosa Júnior

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um conto sem fadas

Era um vez um menino que não amava.

Tudo era cinza, pesado.

Vivia no seu mundo de amigos fantasmas e pequenas realizações.

Tudo á seu jeito, modelado por ele.

Nada fugia do seu controle, nada te consumia paciência.

A paz e a tranqüilidade do seu , ultrapassava todo e qualquer convite do mundo externo.

Não que fosse mais emocionante, nem interessante

Apenas era seu mudo, e essa sensação de posse já era suficiente

Ninguém pra te contrariar, pra te dizer que deveria ser de outra forma.

Um dia o menino cresceu, e deu com a cara no muro da realidade

As paredes do seu, haviam desmoronado.

E aí as coisas foram duplamente duras e inaceitáveis, bem mais que antes.

Teve que aprender a viver fora dos seus domínios,

E o custo bem mais alto.

Hoje ainda sofre e certamente sofrerá um pouco mais:

Pela falta que seu mundo te faz,

E pela impossibilidade de volta ao que era seu.

Sua fuga já não tinha um lugar certo, não existia mais

E acabou em encontrar nas saídas do mundo, a sua própria

E isso te levou pra outro mundo.

Um mundo que não era mais o seu,

Um mundo em que ele não dirigia com suas próprias mãos.

Era um mundo em que ele era dirigido,

Um mundo em que ele já não tinha mais controle,

Ele era do mundo, daquele mundo.

E agora ele se pergunta qual é a saída.

Talvez ele um dia olhe pra dentro de si e volte a encontrar sua realidade, o que é realmente seu.

(G. S)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


Hoje sou luxúria. Espero mãos pesadas, ópio na veia, sol de giz riscado no chão. Quero dividir meus erros, arranhar minha loucura, arrastar cabelos aos seus pés. Não cale. Entregue, apele. Posso descobrir mazelas escondidas e transformar seu corpo em juízo final. Marque o x e verá uma fila inesgotável de possibilidades adormecidas estendidas no seu varal. Seja. Porque estamos tão perto e tão longe e claros e cheios e inertes e ofegantes. Sou o chá, o veneno, a cura, a espera, a certeza, o presente, a solução. Reconheço enganos. E o meu medo é do seu medo de ter medo. Porque não quero amizade, paixão, carinho, admiração, respeito, ternura, tesão. Quero o que é e não tem muro. Escolhi o amor da prateleira e aprendi a só entender o sim. Se o seu modo é não, vá embora. Não olhe para trás. Renego estátuas de sal e abomino divisões. Se é para pular, que seja já. Porque hoje é hoje; e amanhã, amanhã ninguém sabe.

O que é que você sente?

Você sente porque sente ou você sente porque quer sentir? Existem sentimentos idealizados, coisas que os poetas e escritores colocaram em nossa cabeça, coisas das quais sentimos falta, e necessidade de sentir, mesmo sem nunca ter tido nada semelhante. Tais sentimentos existem, ou seriam apenas criação de cérebros desocupados? Segunda opção, pra mim. Vivemos numa eterna busca por sentimentos idealizados, como se procurássemos por tesouros inexistentes, como que cavando buracos em cômoros. E nós estamos sempre querendo sentir. Queremos com tanta veemência, que não sabemos se estamos sentindo de verdade ou se estamos forçando a barra, fazendo tudo que é possível para acreditarmos que estamos realizados, felizes e… Sentindo as coisas. Às vezes me pego sentindo nada, ou quase nada, mesmo quando tudo que quero é sentir algo. Tanto quero sentir que praticamente acredito na minha própria mentira. Acredito tão piamente que sinto que acabo sentindo, quando na verdade nada sinto.